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Sou uma pessoa melancólica. Até brinco dizendo que para mim, a tristeza é como a alegria para as outras pessoas. é muito comum você me ouvir dizer "estou triste", mas essa tristeza nada tem a ver com ingratidão pelas coisas tenho ou falta de amor pela vida, muito pelo contrário, eu amo viver. E tenho aprendido a cada dia amar mais os momentos que surgem, as oportunidades que tenho, o local onde estou e quem eu sou.
Mas nos últimos dias tenho me encontrado em um estado de tristeza profunda, em que meus dias parecem estar em looping e eu não consigo sair dessa monotonia - apesar de procurar fazer coisas novas. E eu tento não me cobrar tanto, procuro compreender o que está acontecendo para solucionar esse "problema", mas a grande parcela dele é algo que não se pode resolver: a morte.
Se passaram oito meses, mas a dor é a mesma do primeiro dia e cada vez mais eu sinto esse vazio da presença dela, sinto uma saudade que dói o peito, mas não choro tanto quanto antes - ou penso que não. E ao mesmo tempo que quero conseguir ser feliz, parte de mim quer se agarrar a essa justificativa para mergulhar cada vez mais na solidão.
Parece que nada faz sentido ao mesmo tempo que faz.
E eu quero ficar em um silêncio constante sentindo a brisa suave do vento e em outros instantes quero me inundar de algo que não me faça pensar tanto. Entro na nostalgia de quem eu era doze anos atrás e fico remoendo aqueles velhos sentimentos que no presente não tem um pingo de razão.
Sinto que estou traindo a promessa que fiz a ela, viver a vida e amar vivê-la.
Eu tendo dar tudo de mim e o tudo ainda não é suficiente, então invento novas versões para tentar encontrar o que realmente quero e preciso, uma versão que consegue voltar a ser feliz e dançar em meio a dor. Uma versão que tem a esperança não dos tempos antigos, mas uma nova, que se renova com a aurora, que cresce e caminha para um lugar de descanso.
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