QUASE AURORA : RESENHA: A ABADIA DE NORTHANGER

Catherine Morland é uma jovem incrivelmente inocente. Convidada por amigos da família, ela vai à Bath para passar alguns dias sendo a acompanhante da senhora Allen. Lá na cidade, ela faz bons amigos e um desses é o jovem Henry Tilney, por quem ela se apaixona. A convite da família do rapaz, ela deixa Bath para conhecer a propriedade dos Tilney, a Abadia de Northanger.

Uma vez lá, Catherine, uma grande leitora de suspenses góticos, se deixa levar pela atmosfera sombria da mansão e começa a encher sua mente de terríveis suspeitas. Quais segredos a família está escondendo? Qual o mistério por trás da morte da mãe de Henry. Enquanto se deixa levar por essas ideias, Catherine nutre sua paixão por Henry, mas será que ele vai corresponder?

A Abadia de Northanger é um livro leve e com reviravoltas perfeitamente colocadas no decorrer da história. Nossa personagem principal, Catherine, é agradável e em sua cabeça permeiam as caraminholas normais de uma jovem de 17 anos. É engraçado acompanhar suas convicções e ideias no desenrolar dos acontecimentos, mas também é frustrante ver o quanto ela não tem autoridade sobre suas vontades em alguns momentos. Isso se deve ao fato de alguns personagens serem inconvenientes - e precisaremos suportá-los por um longo período do livro.

A jornada da nossa heroína, como a autora gosta de descrever, é tranquila e se passa boa parte do livro em Bath. Demora bastante para chegarmos até a Abadia e quando o cenário muda, o tempo lá passa muito depressa. Os temores de Catherine se estendem não por muito tempo, já que um personagem lhe ajuda a encontrar respostas para suas perguntas.

A afeição de Henry por Catherine não é aprofundada, mas há algum sentimento lá, você sente. Então não espere um romance avassalador porque ele não existe. Acredito que o foco da história é mais voltado para a construção de ideias e sentimentos da personagem principal.

As últimas páginas passam de maneira corrida, a autora explica tudo como se quisesse dar um ponto final para o livro, o que confesso, me deixa um pouco frustrada. Amo Jane Austen, ela é minha escritora favorita, mas se eu pudesse pedir para algo em suas obras ser diferente, seria esse detalhe.

Foi uma ótima escolha colocar o livro como um dos primeiros do meu ano. Foi divertido e prazeroso fazer a leitura. E apesar de ser um romance do século 18, acho que a linguagem é o de fácil compreensão, então não tenha medo de se aventurar!