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Queridos melhores amigos, há
dias em que penso em vocês, dias em que choro por vocês e outros, raros,
confesso, dias em que me alegro pela existência de cada um. Não foi fácil me
acostumar com a ideia, mas conforme os anos foram passando, percebi que acontece
de algumas pessoas terem e outros não.
Mas sabe o mais interessante?
É que eu aprendi há pouco tempo, que ter melhores amigos pode ser egoísmo,
principalmente se consideramos, de forma inconsciente, o melhor amigo como
nossa posse, como alguém que não pode falar ou desenvolver amizade com outras
pessoas.
Sejam sinceros, vocês também
já perceberam o quão prejudicial esse tipo de relacionamento pode ser nocivo.
Nós dizemos que ninguém é posse de ninguém quando falamos de relacionamentos
amorosos. Batemos na mesa e dizemos “não sou uma coisa, sou uma pessoa com
sentimentos e vontades pessoais”, mas quando se trata de melhores amigos, temos
a mania feia e imatura de emburrar o rosto e ficarmos sem conversar quando
aquela nossa posse sai com outra pessoa, faz uma chamada de vídeo ou
compartilha memórias.
Dizemos que isso não pode! Só
conosco e mais ninguém, afinal, você é minha melhor amiga e de mais ninguém!
Parece que com a gente não é
assim, afinal, nós pouco nos falamos, não compartilhamos de maneira profunda e
íntima nossas aflições, nossos medos e muito menos nossos sonhos. Nós nos
tornamos apenas amigos ou meros colegas. E não culpo vocês por isso, culpo a
todos nós.
Eu sai de fininho da mesma
forma que vi vocês saindo. Parei de ligar ao mesmo tempo em que vocês pararam.
Não mandei mais mensagens e não fui atrás. Nunca fui esse tipo de pessoa,
sempre me senti autossuficiente, sem precisar de ninguém, mas isso também é
perigoso. Os extremos nos matam pouco a pouco e muitas vezes nem percebemos.
A verdade, melhores amigos, é
que nesse sentido eu já morri há muito tempo. Faz quase dez anos que eu não sei
que é isso, dizer que fulano é meu melhor amigo e que a cicrana é praticamente
minha alma gêmea. Eu falo com vários, mas não converso com ninguém. Ouço
muitos, mas poucos me escutam. Guardo segredos de pessoas que nem lembro mais
quem são, mas que sabe os meus? Ninguém.
Eu sinto falta de vocês e
escrevo essa carta sem ter um remetente para enviar. Fecho os olhos e penso em
cada um que me disse “nós somos melhores amigos e seremos para sempre”. Onde
está esse para sempre? Já não existimos mais um para o outro, cada um trilhou o
seu caminho. Talvez você tenha achado companhia, mas eu continuo aqui na minha,
sozinha.
| Esse texto faz parte do projeto "12 cartas em 12 meses", caso queira saber mais, leia aqui.
Gostei bastante do artigo, muito bom mesmo! Estou amando ler seus artigos e compartilhar com os amigos!
ResponderExcluirMeu Blog: Como funciona o Gol Bet?