Você sentou-se ao meu lado,
sorriu. Falou do tempo, de como estava cedo, do seu trabalho, da sua vida e
família para uma completa desconhecida. Eu ouvi, com mais atenção do que
normalmente dedico aos estranhos na rua e por conta disso, lembro até hoje,
mesmo após uns dois anos, que você vestia calças caqui e uma blusa xadrez
branca com listras azuis.
Lembro que você sorria ao
falar do trabalho, mesmo largando de madrugada e às vezes tendo que está lá de
manhã cedo. No mesmo horário em que os pássaros acordam.
Sorria demais. Já falei isso,
eu sei, mas foi algo que me chamou atenção. Será que estava sorrindo porque era
naturalmente feliz e sorridente ou porque finalmente alguém lhe ouviu,
respondeu suas perguntas e fez outras de volta? Nunca saberei, mas senhor,
ainda lembro dos seus poucos cabelos e preciso dizer, mesmo sabendo que jamais
irá ler, nossa conversa foi uma das melhores que já tive em um ponto de ônibus.
Era seis da manhã e eu nunca
estou de bom humor às seis. Daquela vez foi diferente. O céu estava
perfeitamente cinza, a brisa era acolhedora e ao meu lado havia um completo
desconhecido fazendo a espera ser prazerosa. A você, por completar o cenário e
por algum motivo estar vivo em minha memória, meu muito obrigada.
Ah, essas conversas repentinas que mudam nosso dia ♥
ResponderExcluirQue carta fofa! O universo há de mostrar ao senhor o quanto ele lhe fez bem!
Beijos
Jardim de Peônias
Obrigada!! Beijo enorme ❤
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