QUASE AURORA : UMA CARTA SINCERA SOBRE AUTOESTIMA E BELEZA

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UMA CARTA SINCERA SOBRE AUTOESTIMA E BELEZA

Ter uma alta autoestima nunca foi meu forte. Ela estava sempre oscilando e na maioria das vezes estava uma linha abaixo da baixa autoestima. O mais engraçado, é que sempre que eu conversa sobre o assunto com algumas pessoas, elas diziam: “Que engraçado, você parece uma pessoa confiante consigo mesma!” Sempre, sempre, sempre diziam essa mesma frase!

Já fui confiante, mas ao longo do caminho algo aconteceu e eu nem sei bem o que, mas essa confiança se esvaiu... Um dia acordava me sentido maravilhosa e no outro a mosca que pousava nas fezes do cavalo do bandido!



Mas o pior não era se sentir ruim ou feia um dia, o pior era o efeito que esse dia tinha sobre mim e o quanto de tempo ele durava, o quanto ele mexia com minhas emoções e humor. Era algo realmente destrutível! Algo que sempre deixou minha mãe assustada quando as crises de feiura chegavam, algo que ninguém conseguia compreender e livro de autoajuda não ajudava porcaria nenhuma!

Acontece que eu queria ser ruiva de cabelos cacheados volumosos e olhos verdes, tipo a Merida do filme Valente, mas veja bem: minha descendência paterna (e predominante) é indígena, ou seja, zero chances do padrão que eu construí pra mim. Sempre me lamentava pela cor dos olhos, pela pele parda, por ser baixa, por ter um nariz redondo e por aí vai...

Hoje eu falo essas coisas rindo, porque houve um dia na minha adolescência que acreditei que se orasse muito e fosse boa, Deus me concederia esse desejo e eu acordaria do jeito que queria, uma nova pessoa! Ó as ideias... Pode rir, é cômico de tão ridículo!

Esse era o meu padrão de beleza pessoal. Eu admirava a diversidade de corpos, cores de pele, de olhos, variedade de cabelos nas pessoas, conseguia achar belo o que elas achavam defeituoso, mas em mim nada servia, nada era bonito e agradável.

Meu pensamento só começou a mudar quando ouvi o seguinte de um colega: “Quando você diz que não se acha bonita e queria ser outra pessoa, você quer dizer que Deus errou ao criar você do jeito que é.” Isso foi e é muito forte! Quem sou eu pra dizer que Deus errou em algo? Essa frase abalou minhas estruturas, então comecei a pensar: se eu acho a pele de fulana maravilhosa, porque não posso achar a minha também? Se eu admiro o nariz redondinho de sicrana bonito, porque não posso achar o meu também?

Comecei a pensar nos meus conceitos que não tinham coerência nenhuma. Então fui confrontada com uma verdade impactante:

“Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formastes, as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem.” – Salmos 139.13,14.

Ele me formou de forma maravilhosa. Cada minúsculo detalhe. Ele gastou um tempo precioso escolhendo a cor da minha pele, o formato do meu corpo, o tamanho dos meus pés, o formato das minhas unhas, a curva da minha cintura, a cor dos meus olhos, a quantidade de pintas em minha pele. Tudo isso Ele fez de forma assombrosa e maravilhosa!

Eu sou o conjunto da beleza que Ele fez de duas pessoas e isso é admirável! E nesse momento eu escrevo chorando, porque sei que Ele olhou para mim e viu que eu era perfeita, uma obra de arte da qual Ele se agradou muito em desenhar e eu não conseguia admirar por motivo nenhum. Só inventava desculpas atrás de desculpas para não admirar-me.

Quantas vezes você se olhou no espelho e se achou gorda, feia, com a pele podre, não via nada de belo e não tinha nada de agradável para dizer a si mesma? Talvez você não consiga se admirar porque alguém disse que você era feia quando ainda era criança, ou porque lê revistas e blogs e deseja ser como as modelos e sabe que nunca vai ser, ou porque criou padrões para si mesma assim como eu.

Mas nada disso importa, sabe por quê? Porque somos seres singulares e a beleza é subjetiva. Os traços das asiáticas são diferentes das europeias e os delas diferentes das latinas. O padrão só existe quando nós dizemos e afirmamos repetida vezes que ele existe. Quem define o que é belo?

Depois de ler alguns versículos de Cantares eu decidi que ninguém, nem mesmo os pensamentos negativos da minha mente vão abalar minha autoestima.

“Tu és toda formosa, querida minha, e em ti não há defeito.” – Cantares 4.7

Antes de ir, quero dizer que não sou contra cirurgias plásticas desde que elas não nos tornem uma pessoa completamente diferente do que somos. Também não sou contra tratamentos estéticos que realçam nossa beleza. Lembre-se que um coração alegre nos torna belas, que amor-próprio e cuidado são a verdadeira fonte da juventude e os propulsores da alta autoestima. Eles precisam de cuidados diários.

O primeiro passo para ter uma boa autoestima, é aceitar a verdade que liberta, de que ninguém é mais bonito (ou melhor) que ninguém. Livre-se das pessoas que são causadoras desses pensamentos, vá pra frente do espelho e diga palavras boas sobre você mesma repetidas vezes até que isso se torne uma verdade absoluta em sua mente e coração.

Caso você sinta, assim como um dia eu senti, pensamentos de autodestruição lhe rondando, faça como eu e escreva frases de ânimo, versículos sobre beleza e alegria e palavras que lhe motivem, e cole em lugares estratégicos (que estão sempre ao alcance da sua visão).




4 comentários:

  1. Perfeito esse post Karina. A beleza é mesmo subjetiva e uma das coisas mais bonitas do mundo é a gente aprender a se amar do jeitinho que nós somos. <3

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  2. Gostei muito do post!
    Eu levei um bom tempo para me aceitar do jeito que eu sou. Mas isso é um exercícios constante, porque a mídia sempre mostra um padrão inacessível né.
    Beijos, Aline
    Verso Aleatório

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