QUASE AURORA : AO CARA QUE NÃO DEI MEU NÚMERO: OBRIGADA

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AO CARA QUE NÃO DEI MEU NÚMERO: OBRIGADA


Ele era loiro e de olhos mais azuis que a cor do céu. Do jeitinho que eu gosto e para completar, tinha um sorriso maravilhoso. Ele passou, me encarando e sorrindo e eu sem entender. Saiu e dez minutos depois voltou pedindo meu número e com o telefone na mão certo de que eu atenderia seu pedido. Eu apenas sorri e fiquei sem reação.

Eu estava trabalhando. Cansada, sem ânimo, descabelada e nenhuma maquiagem. E quem me conhece sabe que ao menos rímel eu passo antes de sair de casa. Nesse dia eu não tinha nada. Eu estava acabada, horrorosa, no meu ponto de vista. Eu não estava nenhum pouco bonita. Eu não o tinha notado e se a garota que estava trabalhando comigo não tivesse falado, não perceberia que ele me admirava e encarava. Ela era linda e estava melhor do que eu.

Não dei meu úmero e se arrependimento matasse eu estaria morta nos cinco minutos seguintes. Cheguei em casa contando para minha mãe e amigas. Elas não acreditaram que eu não tinha dado o número. “Qual o problema? Qualquer coisa era só bloquear”. Me arrependi pela milésima vez.

Mas o que me chamou atenção foi quando minha amiga disse: “Ele já ganhou cem pontos só por gostar de você toda descabelada e desarrumada. Isso é pra você saber que é linda!”.

Eu não consegui enxergar isso. Na hora em que tudo aconteceu só fiquei pensando “Isso está mesmo acontecendo comigo? Como um cara lindo desse tá me paquerando? Olha o meu estado!”. Eu não enxergava nenhuma beleza em mim, ele sim.

Confesso, minha autoestima anda meio baixa. Em 2016 foi uma montanha-russa de “nossa como sou feia”. Uma montanha-russa com mais baixos do que altos. A bad quanto a isso bate por aqui com muita frequência e eu não consigo enxergar a beleza que os outros veem. Já diz meu pai: a beleza está nos olhos de quem vê. Eu vi beleza nele e ele viu em mim.

Talvez na semana que vem eu o encontre no mesmo lugar novamente da mesma forma que encontrei outras pessoas nos sábados e domingos. Talvez. E se eu o ver, quem sabe dou meu número? Mas isso não é tão importante quanto o que aprendi nesse dia, não é tão importante quanto a injeção de autoestima que levei. Confesso, eu estava precisando.

Então, ao cara que me deixou sem palavras por conta de tamanha beleza, obrigada. Obrigada por de forma simples e besta ter visto o que eu não vi durante esses doze meses. Eu preciso me amar mais, me cuidar mais, sorrir mais e dizer mais “Karina, tu é linda!”.




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