SOZINHA

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Me falaram que não sei amar de verdade. Que sou bruta, vazia e sem sentimentos reais. Falaram que não sei receber amor. Que não consigo abrir meu coração e que me canso rápido dos abraços.

Chorei por infinitas horas por não saber o que de fato tem acontecido comigo e como fui chegar nesse ponto. Logo eu que sempre amei perder-me em abraços, que sempre busquei refúgio e consolo do amor dos outros. Logo eu que sou completamente frágil.

Talvez meu jeito duro por fora, com as costas sempre retas e a face fechada façam as pessoas acharem algo que não sou. Uma pessoa ruim que não sabe dar e receber amor. Ou pior, que não faz ideia do que esse sentimento seja.

Confesso que me fecho para o mundo e para as pessoas muitas vezes, mas quando me fecho é para não incomodar com meu choro, com meus lamentos, minhas dúvidas e inseguranças. Ainda estou esperando o dia em que irei acordar e fazer as pazes comigo mesma.

Talvez seja por isso que tenho dificuldades em expressar amor. Eu não sei me amar. Não sei gostar de como sou. Sempre quero mudar algo, ser de outro jeito, ter outros trejeitos, outra vida quem sabe... Talvez seja por isso que me fecho e não me entrego.

Ou seja o simples fato de que penso que gosto de ficar sozinha.